Andaimes do Pensamento

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Andaimes feitos de bambu

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Gratidão



Assim, permaneçam agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.
1 Coríntios 13.13

A dor é um desses momentos em que nos vemos mais tentados a ceder a fraquezas como pânico, angústia, incredulidade ou revolta. Em meio à dor de ter perdido de maneira tão abrupta a minha querida esposa, Keila, não quero ceder a uma fraqueza particular: a ingratidão. Tento alimentar meu coração com a certeza de que o preceito bíblico de dar graças a Deus em tudo não perdeu a sua validade, mesmo no luto. Desejo ser grato a Deus pela maravilhosa mulher que Ele me deu, que tanto fez por mim e por nosso filho. Incentivadora, carinhosa, amiga – tantas qualidades em uma pessoa única.

Mas a minha gratidão ao Criador vai para além daquilo que me beneficiou particularmente em minha relação com Keila. Sou grato pelas dádivas espirituais com as quais o Pai, através da graça de Cristo Jesus na força do Espírito Santo a revestiu para a vida eterna. Sou grato por todas as manifestações destas dotações na vida de Keila, e por tantos outros além de mim foram por ela abençoados.

Sou grato a Deus pela fé que acompanhou a vida da Keila. Palavra pequena, mas com tantos importantes significados, fé é basicamente convicção. A certeza da salvação, não por méritos pessoais, mas pela obra de Cristo na cruz, foi uma marca fundamental em tudo que Keila realizou. Ela confiava em Cristo, depositando nele seus pecados e recebendo a promessa da vida eterna e o selo do Santo Espírito. Mantida por esta fé, Keila também zelava pela fé enquanto deposito de doutrinas que foram reveladas por Deus para formar Cristo em nós. Ela amava a Palavra de Deus.

Sou grato Deus pela esperança que alimentou os planos de Keila. Como crente em Cristo, Keila usou deste mundo e nele sofreu, como parte da criação decaída. Mas o fez na esperança de que Cristo cumprirá sua preciosa promessa. Ele retornará a este mundo que o levou à cruz, não mais em estado de humilhação, mas em sua plena glória, como Rei do universo, que por Ele será redimido. Keila alimentava seu coração com esta promessa e servia o Reino dos céus em tudo que fazia, esperando o galardão que o Pai bendito dará a todos os redimidos em Cristo.

Sou grato a Deus pelo amor que tão prodigamente se manifestou na vida da Keila. Deus nos amou primeiro, amou o mundo pecador e decaído, rebelde e empedernido. E no seu amor trouxe a redenção em Cristo. Keila era profundamente tocada pelo amor de Cristo por si. Sendo tão inexplicavelmente amada dele, procurava amar tudo que seu Senhor e Rei ama. Amava os pecadores ainda perdidos e amava os alcançados que fazem parte da igreja. É com esse amor vindo de Jesus que Keila fazia tudo em sua vida.

Ergo a minha voz e pensamento em oração a Deus para dizer obrigado pela fé, esperança e amor que tanto marcaram a vida da minha esposa. Convido você a juntar-se a mim em ação de graças.

“Deem graças ao Senhor, porque ele é bom. O seu amor dura para sempre!” (Salmo 136.1)

Rev. Ricardo Henrique da Silva
Publicado no Boletim da Igreja Presbiteriana "Tanque de Betesda" do dia 03/06/2012

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