Andaimes do Pensamento

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Andaimes feitos de bambu
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sábado, 20 de agosto de 2011

Dê Preferência ao que Permanece


Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor…

1 Coríntios 13.13

Existe um problema que tem encafifado a mente de grandes pensadores desde muitos séculos. Trata-se do problema da mudança e da permanência. As coisas que observamos ao nosso redor estão em constante mudança e ainda assim algo se mantém durante a mudança. Por exemplo, uma semente é lançada na terra. Ali ela se altera totalmente, em um processo no qual se transforma em árvore. Mas essa árvore gera outras sementes, semelhantes àquela que produziu a árvore. E o processo recomeça. Algo da árvore permanece na semente, embora as duas sejam aos nossos olhos coisas muito diferentes.

Os antigos pensadores tendiam a ver nessa coisa que permanece a essência da coisa. Eles tinham opiniões muito diferentes sobre o que seria essa essência, mas concordavam que algo tinha de manter-se inalterado durante todo o processo de transformações, para garantir que a mudança não caísse em um caos absoluto. Uma semente de abacate não poderia mudar tanto no processo que viesse a se tornar uma jaboticabeira.

Na nossa vida espiritual algo semelhante pode ser observado. Estamos sujeitos a muitas mudanças. Para que aja crescimento espiritual é preciso que algo se altere em nós. Crescer implica em mudar. Mas esse crescimento não acontece de forma desordenada, pois se assim fosse poderíamos nos tornar monstros e não os filhos de Deus à imagem de Cristo, como é o desejo do Pai celestial.

Quais são os elementos essenciais que garantem nosso crescimento espiritual saudável? O apóstolo Paulo alista três elementos que devem permanecer na vida cristã em todas as suas fases de desenvolvimento: a fé, a esperança e o amor.

A fé é a entrega que fazemos a Deus de nossas vidas, mediante a aceitação da obra sacrificial de Cristo na cruz e sua ressurreição. Essa aceitação só acontece pela eficaz persuasão do Espírito Santo, que vence a resistência do nosso pecado. Esta fé tem como sólido conteúdo a revelação do próprio Deus, entesourada de modo especial e insubstituível nas Escrituras.

A esperança é a expectativa de que Deus banirá deste mundo de forma definitiva o mal, na volta de Cristo como Rei e Juiz poderoso, governando-nos com bondade eterna.

O amor é o vigor que permite um relacionamento vital com Deus, por meio do amor do seu Filho e na santificação do Espírito, que nos dá a graça de partilhá-lo com os outros. Só no amor podemos viver o projeto de Deus em Cristo, o Amado Eterno!

Assim o nosso maior desafio durante as transformações que nos afetam é mantermo-nos focados no essencial: fé, esperança e amor. Deles grandes frutos serão eternamente gerados em nós, para a glória do Todo-poderoso!

sábado, 30 de abril de 2011

A Negação Final


Mas aquele que me negar diante dos homens, eu também o negarei diante de meu Pai que está nos céus. (Mateus 10.33)

Mas aquele que me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus. (Lucas 12.9)

Recentemente foi divulgada uma pesquisa que coloca o Brasil como a terceira nação que mais acredita em Deus. 84% dos brasileiros disseram crer em “Deus ou em algum ser supremo”. Isso poderia ser interpretado como algo positivo, como uma marca de uma boa espiritualidade. No entanto, afirmar a crença em Deus é apenas o primeiro passo, e não a linha de chegada na espiritualidade cristã. O teste supremo da espiritualidade não é a afirmação, mas a não negação.

O critério de espiritualidade estabelecido pelo próprio Deus em sua Palavra tem como referência máxima e insubstituível a pessoa de seu Filho, o Cristo Jesus. Confessá-lo é confessar o Pai, negá-lo é negar o Pai.

Muitos fazem o raciocínio contrário: Se eu creio em Deus, então eu já tenho Jesus Cristo, automaticamente. Não é assim que a Bíblia nos diz. O “deus” em quem tantos afirmam crer é uma entidade enigmática, um conjunto vazio que pode ser preenchido por qualquer conteúdo, desde a imagem da mãe já morta até o time de futebol do coração. Qualquer coisa poderia entrar na descrição desse “deus” da estatística.

A Bíblia traz um conteúdo precisamente delimitado sobre quem Deus é: temos uma gama de informações sobre os atributos divinos, como eternidade, onipotência, onisciência, atributos estes que se sintetizam em sua santidade e que se personalizam em Cristo, a Palavra Eterna procedente de Deus e encarnada na história para a redenção de seus eleitos. Confessar este Cristo é confessar tudo que Deus é. Negá-lo, ainda que sutilmente, é negar a Deus como Ele mesmo se afirma.

Esta confissão não pode ser meramente verbal, mas vivencial, existencial. Muitos dos que se utilizam do nome de Cristo como uma palavra mágica ou como um instrumento de poder serão negados e rejeitados pelo Senhor no Dia Final (Mateus 7.21-23).

O critério da não negação não é um critério reservado para os dias futuros, para um momento longínquo na história humana. Ela é para hoje, para agora. É por esse critério que Jesus avalia o desempenho da sua igreja (Apocalipse 2.13; 3.8). É a partir da não negação de Cristo que o cristão efetiva a sua missão transformadora no mundo.

“Você crê em Deus?” A carta de Tiago diz que isso não quer dizer nada, pois os demônios também dispõem desse tipo de fé (Tiago 2.19). A pergunta é: “Você nega a Jesus como o Filho de Deus?” Essa é a pergunta que o Anticristo fará e receberá de muitos um sim. E o Pai terá consigo eternamente aqueles que corajosamente disseram não a essa satânica proposta.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

A Lei da Palmada

Está em discussão um novo projeto de lei que interfere diretamente em todas as famílias. Tem sido chamada informalmente de “Lei da Palmada”. O projeto de Lei 2654/03 da Deputada Federal Maria do Rosário (PT/RS) faz uma emenda ao Estatuto da Criança e do Adolescente, estabelecendo “o direito da criança e do adolescente a não serem submetidos a qualquer forma de punição corporal, mediante a adoção de castigos moderados ou imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, ainda que pedagógicos”. O projeto ainda prevê uma série de punições aos pais infratores.

Qual é a posição bíblica sobre o assunto? Como nós, cristãos, nos posicionamos diante da possível aprovação de tal lei?

1. Nós, cristãos, não somos a favor de violência, seja essa praticada contra adultos ou contra crianças (Sl 27.12; Pv 3.31; Ef 6.4; Cl 3.21). Casos como o da promotora de Justiça aposentada que torturou a criança de 2 anos que pretendia adotar devem ser duramente condenados, e as leis que hora vigoram já são suficientes para coibir e punir ações absurdas como essas.

2. Reconhecemos que nascemos pecadores e nossos impulsos naturais são autodestrutivos. Tais impulsos devem ser limitados para livrar a criança das conseqüências fatais do seu pecado (Pv 13.24, Pv 23.14; Hb 12.4-11).

3. Os argumentos dos psicólogos não traduzem a realidade. Dizer que o castigo físico faz com que alguém se torne necessariamente violento é inconsistente. Na verdade, uma grande parte de pessoas violentas foram excessivamente mimadas na infância (Veja o caso de Adonias, filho de Davi, que nunca foi admoestado por seu pai, 1 Rs 1.5,6). O caso de Suzane Von Richtofen, autora da morte dos próprios pais, é um exemplo moderno disso.

4. A disciplina física não é ministrada sozinha. Ela se associa a outros elementos ainda mais essenciais à formação da criança, como o diálogo, a presença do pai e da mãe, a oração, a compreensão e o apoio. O livro de Provérbios, tão evocado para exemplificar a aplicação da disciplina física, começa com um longo discurso de quatro capítulos de orientação do pai ao filho. A aplicação da vara não é feita sem a anterior orientação.

5. Embora reconheçamos o dever do Estado em coibir a violência, repudiamos o controle que esse Estado deseja manter sobre a maneira que administramos nossas famílias. Infelizmente caminhamos para um tempo em que a esfera do governo civil se arrogará o direito de controlar os mínimos detalhes de nossa vida comum (Ap 13.5-8).

6. Adivertimos ainda sobre a possibilidade de que terríveis injustiças venham a ser cometidas quando pais que estiverem usando de sua legítima autoridade forem denunciados e tratados como criminosos comuns ou como doentes mentais.